segunda-feira, 9 de maio de 2011

Proposta Curricular - Prática de Formação

COLÉGIO ESTADUAL BARÃO DE CERRO AZUL
ENSINO FUNDAMERNTAL, MÉDIO , NORMAL E PROFISSIONAL.
FORMAÇÃO DE DOCENTES















PROPOSTA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE
PRÁTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE


















CRUZ MACHADO, PR
2011
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
de
Prática de Formação Docente.

As práticas pedagógicas se constituem no eixo articulador dos saberes fragmentados nas disciplinas. São o mecanismo que garantirá um espaço e um tempo para realização da relação e contextualização entre saberes e os fenômenos comuns, objetos de estudo de cada ciência ou área de conhecimento específica. As práticas pedagógicas não se caracterizam como uma disciplina específica, ou seja, constituem uma proposta diferente da disciplina denominada Prática de Ensino, e são entendidas como atividades que deverão ser inseridas nos demais conteúdos curriculares .
A Prática de Formação nesta proposta de currículo possui a carga horária de 800 horas, que atende a legislação vigente (Del.010/99 da CEE ) , e é um componente indispensável para integralização do currículo.
A Prática de Formação deverá ser um trabalho coletivo da instituição, fruto do seu projeto pedagógico. Nesse sentido, todos os professores responsáveis pela formação do educador deverão participar, em diferentes níveis, da formação teóricos-prática do seu aluno. Como também deve voltar para um ensino articulado, despertando em todos um olhar para ato de ensinar, uma constante descoberta pela pesquisa, tão importante e fundamental, tendo em vista a necessidade de estarmos formando profissionais da educação que não sejam transmissores e repetidores de uma teoria e, sim, professores pesquisadores e condutores de aprendizagem.
O objeto de estudo desta disciplina se subdivide da seguinte forma:
No primeiro ano, as práticas pedagógicas se concentrarão nos “ sentidos e significados do trabalho do professor/educador”, em diferentes modalidades e dimensões. O eixo será possibilitar à observação do trabalho docente pelos alunos. Isso implicará visitas às:
a) creches;
b) instituições que tenham maternal e pré-escola;
c)escolas, preferencialmente no 1º e 2º anos.
No segundo ano, pretendesse colocar os alunos em contato com situações problemas no âmbito de algumas modalidades específicas e de experiências extra- escolares. O tema central será a pluralidade cultural, as diversidades, as desigualdades e a educação. Os professores irão se organizar e encaminhar as atividades junto com os alunos. As observações ocorrerão em:
a) creches e/ou escolas regulares, que tenham um número significativo de alunos portadores de necessidades educacionais especiais;
b) instituições especializadas em diferentes necessidades especiais, tais como, as APAES, os institutos de deficientes visuais, auditivos, entre outros;
c) projetos alternativos de educação popular( caso existam nas proximidades) voltados para crianças, ou adolescentes, ou jovens e adultos, coordenados por organizações não governamentais e/ou prefeituras;
d)projetos voltados para educação indígena e/ou educação do campo, caso existam nas proximidades.
No terceiro ano o problema central será os “Condicionantes da infância e da família no Brasil e os fundamentos da educação infantil”. O resultado esperado é a produção de pesquisas e observações em instituições levantando as concepções de infância, de família e de educação em confronto com a sociedade, entre educadores, nas famílias e até mesmo entre os docentes do curso que realizam. Outro elemento aglutinador será “ Artes, Brinquedos, crianças e a educação nas diferentes instituições”.
No quarto ano a ação docente, as práticas pedagógicas e a formulação da didática na Educação Infantil e nos anos iniciais do ensino Fundamental, Fundamentos teórico-metodológicos da pesquisa. Neste momento os alunos irão iniciar suas expectativas com a parceria dos professores do ensino fundamental.
Tendo como pressuposto que a realidade não é fragmentada, mas que, na organização curricular, dividimos as disciplinas nas diferentes áreas do conhecimento, como recurso didático de formação, caberá aos professores criarem as condições nas modalidades Práticas Pedagógicas, para que o aluno contextualize os conteúdos desenvolvidos nas aulas das disciplinas. Ou seja, o Estágio supervisionado garante a possibilidade de o aluno vivenciar as práticas pedagógicas nas escolas. É nesse espaço que o futuro professor desenvolve de fato a práxis profissional,ou seja, elabora uma prática educativa, a partir das teorias estudadas, transformando simultaneamente as práticas e as teorias e alcançando a ação política (praxis), entendida como a essência de toda prática educativa( Paulo Freire).
Dessa maneira, o estágio deverá possibilitar ao aluno a elaboração de materiais didáticos, a seleção adequada dos mesmos e o desenvolvimento de técnicas de ensino adequadas para as crianças.
Obrigatoriamente os alunos deverão fazer primeiro o estágio com crianças de 0 a 6anos e, na segunda fase, com crianças de 7 a 10 anos, completando assim todo o ciclo dessa fase da educação.

Os objetivos da disciplina de prática de formação de docente constituem-se em:
_ Debater conceitos e características de um bom professor.
_ Instigar a reflexão sobre a profissão docente
_ Compreender o papel do professor em diferentes aspectos;
_ Debater conceitos e características de um bom professor;
_ Contextualizar a importância da boa relação entre professor e aluno;
_ Oportunizar vivências de situações reais de trabalho que viabilizem a integração dos conhecimentos teóricos -práticos à experiência pessoal, através de contínuo processo de ação – reflexão - ação;
_ Familiarizar o estagiário com o ambiente de trabalho escolar;
_ Identificar a importância da prática de ensino e sua abrangência na formação do profissional em educação;
_ Incentivar a formação de homens e mulheres pensantes, estimulando a busca contínua pelo conhecimento;
_ Promover o entendimento do valor e da ética profissional na atuação da profissional;
_ Analisar as práticas pedagógicas presentes na educação infantil e ensino fundamental;
_ Proporcionar vivências que possibilitem construir conhecimentos e vivenciar experiências, tendo em vista a futura profissão;






CONTEÚDOS 1ª SÉRIE:
_ Sentidos e significados do trabalho do professor/Educador
_ Dez principais características de um bom professor.
_ O papel do professor
_ Professor Educador;
_ Reflexões a cerca do papel do professor;
_ O trabalho Docente;
_ O trabalho do professor segundo Durkeim, Weber e Marx;
_ O bom professor e sua prática;
_ Os saberes implicados na formação do Educador;
_ Para o professor: Quatro perguntas fundamentais;
_ Em pauta o processo de comunicação;
_ A vida na escola e a escola da vida
_ Criatividade;
_ A educação em tempos modernos;
_ Dicas para professores iniciantes;
_ Os alunos nossos de cada dia;
_ Relação Professor e aluno;
_ Ensino de 9 anos.

CONTEÚDOS 2ª SÉRIE
• Pluralidade cultural e diversidade cultural – conceitos
• Educação Inclusiva
• A questão afrodescendente no Brasil e na escola
• A construção histórica do papel da mulher e do homem na sociedade
• A questão indígena no Brasil- como é trabalhado nas escolas
• Diversidade sexual e de gênero
• Educação do Campo
• Educação Especial


CONTEÚDOS 3ª SÉRIE:
_ Diferentes concepções da Infância e adolescência: a importância da historicidade para sua construção;
_ Família e famílias: Incursões necessárias;
_ Estatuto da criança e do adolescente;
_ Infância em números;
_ A difícil tarefa de educar na infância até 5 anos;
_ A história das creches;
_ Contribuidores para educação infantil ( Froebel, Montessori, Rousseau, Pestalozzi, Decroly, Piaget, Vygotsky, Wallon)
_ Educação Infantil/ Subsídios para gestão dos sistemas Educacionais;
_ Lei de Diretrizes e Bases da Educação ( LDB ) no âmbito da Educação Infantil;
_ O referencial curricular nacional para Educação Infantil ( RCNEI );
_ As aprendizagens escolares na Educação Infantil;
_ Janelas de oportunidades do desenvolvimento da criança;
_ Objetivos da Educação Infantil;
_ Importância da Educação Infantil;
_ Educação das crianças;
_ Fazes do desenvolvimento da criança de 0 à 6 anos;
_ Planos de aula para educação Infantil;
_Técnicas diversas ( dobraduras, jogos, músicas, brincadeiras, teatro, literatura, contos e arte de contar histórias.

CONTEÚDOS 4ª SÉRIE:
_ As práticas pedagógicas;
_ A formulação da didática na Educação infantil;
_ A formulação da didática no ensino Fundamental;
_ Texto: O significa Educar?;
_ Planejamento;
_ Organização do espaço;
_ Gestão em sala de aula;
_ Respeito à diversidade;
_ Avaliação;
_ Relação com a comunidade;
_ Trabalho em equipe;
_ Formação;
_ Projeto de trabalho na Educação Infantil;
_ projeto de trabalho no Ensino Fundamental.
_ Relatórios


METODOLOGIA
Considerando que as metodologias se concretizem tanto por meio de atitudes quanto por atividades, é fundamental que no trabalho de Práticas de Formação sejam levado em consideração várias possibilidades de atividades, adequadas para todas as turmas, levando em conta as atividades que são relativas a inserção cultural, atividades que levem em conta as possibilidades e necessidades de cada momento de seu processo das Práticas de Formação, os projetos de trabalho são ações organizadas em conjunto pelo professor e pelos alunos em forma de trabalho, na perspectiva de responder alguma questão que tenha suscitado a curiosidade dos alunos em resolver problema colocado pela realidade física e social. Nessa busca ao lidarem com a complexidade da realidade, emergem conteúdos das mais diversas naturezas, necessidades à compreensão ou à resolução do problema. Assim, vários conhecimentos e vários aspectos da formação humana são trabalhos.
As atividades significativas tem sentido e significado em si mesmas para as turmas , a sequência de atividades refere-se ao desdobramento de uma atividade significativa em várias outras. Assim todos os temas serão abordados através de leituras dirigidas de textos,estudo individual e em grupos, discussões, debates, seminários, material áudios visuais, filmes, pesquisas, murais,cartazes, resenhas, dinâmicas de grupos, atividades práticas, orientações e leituras prévias para realização de estágios, relatórios de estágios, exposição de materiais confeccionados, planos de aulas, projetos, relatórios de observação e de regência.


AVALIAÇÃO
Noizet e Caverni (1985) e Cardinet (1993), se referem à avaliação como um processo de verificação de objetivos, em que a produção escolar dos alunos é comparada a um modelo. Para o último autor, o processo de avaliação contribui para a eficácia do ensino porque consiste na observação e interpretação dos seus efeitos. Entretanto, verificamos que a nível de objetivos a avaliação formativa estabelece metas intermédias que favoreçam a confiança própria no sucesso educativo permitindo, adaptar novas metodologias e medidas educativas de apoio, ou de adaptação curricular, sempre que sejam detectadas dificuldades ou desajustamentos no processo de ensino e de aprendizagem. A mesma tem como princípio informar o aluno e o professor sobre a qualidade do processo educativo e de aprendizagem, possuindo um caráter sistemático e contínuo. A avaliação formativa, ao apreciar o modo como decorre o processo de ensino-aprendizagem, permite, ainda, na opinião de Scriven (1967), que o professor adapte as suas tarefas de aprendizagem, introduzindo alterações que possibilitem uma maior adequação das mesmas. Não se trata, no entanto, de uma avaliação simplesmente informal e permanente; a sua planificação deve permitir a existência de momentos organizados de avaliação formativa, devendo planejar momentos para averiguar dos resultados obtidos, recolhendo informações com regularidade acerca do processo de aprendizagem.
Nos utilizaremos de diversos instrumentos avaliativos tais como: relatórios, debates, resenhas, seminários, provas, leituras, pesquisas, atividades práticas, auto avaliação,questionários, memoriais, etc. Têm fundamental importância para o processo de aprendizagem. Na elaboração de um instrumento de avaliação deverá ser levado em consideração linguagem clara, esclarecedora e objetiva, a contextualização daquilo que se instiga o conteúdo deverá ser significativo, estar coerente com os propósitos de ensino, explorar a capacidade de leitura e escrita, bem como o raciocínio.


REFERÊNCIAS:

CUNHA, Maria Isabel. O bom professor e sua prática
SAVIANI, Dermeval. Os saberes implicados na formação do educador. In: SILVA JÚNIOR, C.A
------------------------- O trabalho como princípio educativo frente as novas tecnologias. In
AYRES, Antônio Tadeu. Prática pedagógica competente: ampliando os saberes do professor. Petrópolis, RJ, vozes, 2004.
CLAUDIU CECCON, Miguel Darcy de Oliveira, Rosyska Darcy de Oliveira. A vida na escola e a escola da vida. Petrópolis, vozes,1984.
HEERDT, Mauri Luiz. A educação em tempos modernos.
PILETTI, N. Psicologia educacional.São Paulo, ática,2003
ARIÉS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro, Zahar,1978
Burke, Thomas Joseph. O professor revolucionário: da pré escola à universidade, Petrópolis, RJ, vozes,2003.
MORIM, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro, São Paulo9, cortez 2004.
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de transformação. São Paulo, libertad, 1996.
ANTUNES, Celso. Professores e professauros. Reflexões sobre a aula e práticas pedagógicas diversas. Petrópolis,RJ, vozes, 2004.
_____________Pluralidade cultural. Editora Atta
____________Inteligências Múltiplas. Florianópolis: CEITEC, 2006.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro. Brasília,1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Educação Infantil no Brasil: situação atual. Brasília, MEC/ SEF/ DPE/ COEDI, 1995.
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA EDUCAÇÕA INFANTIL. Brasília, MEC/ SEF/ DPE/ COEDI, 1998.
BENJAMIN, W. A criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: summus, 1984
KISHIMOTO, T.M.( org ) O brincar e suas teorias. São Paulo:Pioneira,1998.
-------------------------------Jogos tradicionais infantis: o jogo a criança e a educação. Petrópolis, vozes,1993.
SILVA, I de O . Profissionais da educação infantil: Formação e construção de identidades. São Paulo: cortez,2001.
CAUDAU, V. M. O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1995.
CUNHA, L. A . Educação e desenvolvimento social no Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.
FREITAS, H. C. L de. O trabalho como princípio articulador na pratica de ensino e nos estágios. Campinas: Papirus, 1996.
FREITAS, H.B.I. Formação de professores: um desafio. Goiânia: UCG,1996.
PICONEZ, S.C.B. ( org ). A pratica de ensino e o estágio supervisionado. Campinas: Papirus, 1994
PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade, teoria, prática? São Paulo: cortez, 1994.
PARANÁ, Secretaria de Estado e Educação. Proposta para o estágio Supervisionado. Curitiba, 1989.







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