sexta-feira, 25 de março de 2011

inventário de experiências- Professores Elton-Elisandra-Milene

Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação
Departamento da Diversidade

NRE: União da Vitória Município de Cruz Machado Ano de 2010

Colégio Estadual Barão do Cerro Azul, Ensino Fundamental, Médio e Normal.

Componentes do Grupo: Elisandra Wionzek Dudzic
Elton Hollen
Milene Marczal

Inventário de experiências

Ser diferente é fácil. Difícil é ser igual.
Quando aceitamos a proposta do grupo de estudos dentro da temática da diversidade, uma dúvida permeava nossos pensamentos: “o que há de tão diferente? Todos os alunos estão na escola para aprender, eu tenho um planejamento, faço meu Plano de Trabalho Docente, a receita está completa”. Ledo engano.
As reflexões e debates suscitados pelos textos estudados nos fizeram ver “um admirável mundo novo”, um mundo onde as diferenças, as particularidades, são, mais do que respeitadas,uma forma de enriquecimento cultural e , por consequência curricular.
Hoje não mais é possível lecionar com uma venda nos olhos, é preciso retirá-la. Enxergar, o que no dia a dia de nossa prática já estava evidente: preciso conhecer meus alunos, saber quem são, que experiências têm, que conhecimento trazem consigo, para que a partir daí possa trabalhar com o conhecimento científico, acumulado durante toda a história da humanidade ( se bem que a seleção destes também é questionável, mas isto é assunto para outro debate).
Em nossos estudos pudemos perceber a relevância dos movimentos sociais no fato de hoje discutirmos as questões sobre a diversidade cultural presentes em nossas salas de aula, até pouco tempo essas discussões seriam inimagináveis. Todos perdiam com isso: alunos, professores, escola, e por consequência toda sociedade.
Muitos alunos abandonavam os estudos, e ainda abandonam, por não terem sua cultura respeitada, valorizada, por considerarem a escola algo tão distante de sua realidade que esta pode ser descartada. Temos de reverter este quadro.
Ainda temos uma longa caminhada a percorrer e existem muitas dívidas a serem pagas, afrodescendentes, indígenas, alunos com necessidades educacionais especiais, advindos do campo, populações ribeirinhas, ilhéus, pessoas com opções sexuais que não sejam a hetero... Toda essa diversidade inevitavelmente deságua em uma questão: o que é ser normal? Existe aluno que não traga consigo sua trajetória de vida para à escola? É isso que queremos? Seres humanos que sejam depósitos de conhecimentos que o sistema julga serem necessários? E se optarmos por valorizá-la, até que ponto ela deve ser reconhecida, respeitada? Difícil missão.
Mas, ao ingressarmos, (escolhermos), esta carreira estávamos cientes de que não seria fácil e, se decidimos continuar, temos a obrigação moral de fazermos o melhor. E o melhor é: estudar, analisar, questionar, romper o paradigma de que a escola aí está para perpetuar o que está posto.
O Brasil é riquíssimo em diversidade cultural. É este fato que nos torna diferentes de todo os outros países, a miscigenação que aqui aconteceu não é vista em nem um outro lugar do planeta, reconheçamo-nas e valorizemos-a.
Ë necessário que conheçamos a nossa história, para podermos resgatar o valor de todos que construíram esta nação, sem estereótipos, sem preconceitos.
No quarto encontro , onde estudamos o relato de uma oficina realizada no Faxinal do Céu, que tratava da dificuldade de se lidar com as diferenças, havia vários questionamentos, um deles nos incomodou: “A escola é capaz de de acolher a diversidade dos sujeitos que dela fazem parte?”, depois de todos estes encontros, infelizmente, temos a resposta: ainda não.
A escola traz ranços que somente com muito estudo e debates serão superados, não é fácil se reinventar , mas também não é impossível.

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