terça-feira, 1 de março de 2011

resenha

A HUMANIDADE É AFETUOSA

Por: Silvia Wisniewski

São muito interessantes as histórias que abordam assuntos muito polêmicos, é o caso do conto “A Igreja do Diabo” de Machado de Assis.
O Diabo decide que irá fazer sua Igreja, suas leis e mandamentos, quer organizar suas ações, possibilitando uma liberdade extrema para seus fiéis. É uma possibilidade curiosa, que coloca em questionamento os mandamentos da Igreja, Machado de Assis, deixa o texto muito interessante no momento em que o Diabo pede autorização á Deus para abrir a sua Igreja, os dois têm uma conversa muito tranqüila, por serem “rivais”. Deus libera essa ação, mas já avisa o Diabo que isso pode não funcionar.
O Diabo faz a propaganda de sua Igreja, colocando em questão os dez mandamentos da Igreja provando com exemplos a inutilidade deles. A forma com que o Diabo fala é muito convincente, colocando o leitor a refletir e comparar os exemplos dele com a realidade.
A Igreja faz sucesso, recebe muitos seguidores, mas nem todos os fiéis agem com toda a falta de educação e de bondade, como são as leis da Igreja do Diabo, que causa surpresa, porque a humanidade não consegue viver apenas fazendo o mal, para ter o sucesso próprio.
Esses fiéis que tomam outro rumo, causaram indignação ao Diabo, ele passa um ar de tristeza, raiva e indignação. Ele foi conversar com Deus.
Deus, faz uma reflexão maravilhosa e conclui “É a eterna contradição da humanidade”, que traz uma reflexão sobre nós mesmos, a nossa incoerência entre o que se diz e o que se disse, entre palavras e ações. Essa possibilidade de reflexão que Machado de Assis nos oferece, a parir dessa história, transforma essa obra em um trabalho de sucesso, mostrando que até Deus sabe que agradar o homem é tarefa impossível.

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