Resenhas de:
- conto,
- filme
- romance
produzidas pelas alunas da 3ª série A, nas aulas da Profª Elisangela Bankersen.
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Vidas Secas
É um livro que aborda a história de uma família que vive no sertão nordestino sempre andando de um lugar para outro, como nômades. Mas, não é por opção, é porque passam necessidades nos lugares em que ficam.
A história, contada em 3ª pessoa, tem a linguagem fácil de ser compreendida. Graciliano detalha bem como são as ações dos personagens, como é de seu costume.
A seca que predomina no sertão obriga a família de Fabiano a se mudar constantemente, e isso causa sofrimento em sua mulher, seus dois filhos e a cachorra Baleia. Eles tinham também um papagaio, mas morreu devido à fome. De tanto que estão esgotados, eles chegam a ver miragens de árvores com sombras para poderem descansar. Até que uma hora eles enxergam uma casa velha com algumas árvores típicas da caatinga e ficam muito felizes por acharem um lugar para ficar. Fabiano imaginava que ali seria um bom lugar para criar seus filhos e refazer sua vida novamente. Ali ele cria gado para seu patrão, mas recebe mixaria que mal dá para sobreviver.
Eles vão levando a vida, até que um dia sua cachorra se adoenta e morre, e a família inteira sofre com a morte da amiga. Ali eles vivem mais um tempo, até que vem a seca e os obriga a sair em busca de outro lugar. As lembranças daquele lugar em que passaram muitos momentos inesquecíveis são fortes, principalmente a morte da cachorra. Mas, apesar de estarem com o coração partido, eles tem de ir e deixar para trás as recordações.
Esta história escrita por Graciliano nos conta um pouco da realidade de algumas famílias que até hoje vivem quase ou nas mesmas condições que essa família. Este livro é indicado para todas as pessoas que gostam de histórias comoventes. O livro é muito bom, a história nos envolve e é como se nós assistíssemos a história ao vivo.
REGIANE
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2006.
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Meu amigo João
O conto “Meu amigo João” de João Anzanello Carrascoza nos traz uma reflexão: será que nossos amigos são de fato nossos amigos?!
É a história de dois amigos que se conheceram ainda crianças, quando o menino que não se identifica no texto, conhece João e fica encantado com sua generosidade ao lhe oferecer uma das duas mangas que tinha em mãos.
João era um menino de poucas condições financeiras, ao contrário do seu amigo. Por isso, o menino ajudava João sempre que podia em tudo e sentia-se feliz com isso, dedicava-se a João intensamente, uma prática de amigo verdadeiro. João, na maioria das vezes, ficava calado.
O tempo passou e os dois sempre juntos, iam a bares e gostavam da mesma mulher. Até que um dia o amigo de João ingressou em uma faculdade em outro estado e, não se esquecendo do amigo, pediu ajuda a seu pai, conseguindo uma bolsa de estudos para João, então os dois foram morar juntos.
O tempo seguia, João se casou, teve problemas financeiros e outra vez seu amigo o amparou, vendeu seu próprio carro e deu seu dinheiro a ele. O narrador também se casou e constituiu família. Os dois amigos passaram anos sem se ver. Até que um dia o amigo de João ficou desempregado, leu em um jornal uma oportunidade de emprego e foi até a empresa, ao entrar teve uma surpresa: o chefe era João, que disse a ele que seu currículo havia chegado depois da seleção e que a vaga já havia sido preenchida e que não poderia fazer nada por ele. O telefone toca, João atende e seu “amigo” sai em silêncio sem se despedir.
Que desilusão! Que ingratidão da parte de João! Um conto que tem um final triste com uma história que muitas vezes parece com a vida real. O toque de realidade é uma das características típicas do autor João Anzanello Carrascoza, professor da USP e contista, que tem como tema universal o relacionamento humano, o expressando muito bem nesta história. Um conto que o público jovem deveria ler, pois talvez assim alguns se dessem conta do valor que se deveria dar aos verdadeiros amigos.
BRUNA MAJOLO
CARRASCOZA, João Anzanello. Meu amigo João .In: Olhar Descoberto. São Paulo: Melhoramentos, 2003.
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August Rush - O Som do Coração
Evan Taylor, um menino que cresceu em um orfanato sem saber quem eram seus pais. O garoto sente a música em tudo que ouve e, passados onze anos, ele decide que vai segui-la e ir à procura de seus pais, pois sente que eles estão vivos.
Onze anos atrás . . . Uma musicista e um cantor de rock se encontraram por acaso e tiveram uma linda noite, os dois se apaixonaram, mas depois deste dia não se veem mais, pois o pai dela a obriga a viajar.Desse encontro Lyla fica grávida e após um acidente o pai dela diz que o bebê morreu, mas, na verdade o entrega para adoção. Depois desse dia, Lyla não toca mais violoncelo. Louis também para de cantar porque não encontra mais Lyla e segue por um caminho diferente em sua vida.
Em sua jornada, Evan encontra Mago, um homem que mora em um teatro abandonado com crianças de rua que sabem tocar algum instrumento e as explora, fazendo com que elas se apresentem na rua e tragam o dinheiro para ele. Um dos meninos conhece Evan e o leva para o teatro. Evan se encanta por um violão e, ao encostar nele, começa a tocar como se já soubesse há anos. Após vários acontecimentos, Evan é levado por um reverendo à melhor escola de música do mundo. O garoto se destaca, compõe uma música e fica na regência da orquestra.
Enquanto isso, Lyla descobre que seu filho está vivo e vai a sua procura. Ela aceita tocar com a orquestra em um concerto no parque, onde Evan também irá se apresentar. Evan foge de Mago e se apresenta, quando a música termina ele vê Lyla e Louis que acabaram de se reencontrar e sente que eles são seus pais.
Um filme envolvente e muito emocionante, que mostra o amor entre duas pessoas e a paixão de um garoto pela música. A felicidade ao ver os pais emociona qualquer um que o vê. Todas as pessoas vão gostar do filme e se encantar como Evan é encantado pela música, e sentir como devemos gostar de música para sentir o som do coração.
RENATA KÁSSIA ALVES
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Jeca Tatu – A Ressurreição
O conto Jeca Tatu de Monteiro Lobato é bem marcante e mostra a vida do caboclo e da miséria existente em algumas cidades do interior paulista (Vale do Paraíba), na década de 1920, O autor usa uma linguagem de fácil compreensão, com humor e com termos caipiras.
Jeca Tatu era um caboclo preguiçoso e que só pensava em tomar pinga, não ajeitava nada em sua casa, não fazia nada que melhorasse sua vida e de sua família. Seus animais eram magros demais, plantava só para sua sobrevivência. Até que um dia , um médico apareceu em sua casa, viu o seu estado e falou que ele tinha uma doença, o tal amarelão.
O médico receitou uns remédios e mandou-o usar calçados. Não é que o Jeca melhorou e resolveu mudar de vida? Reformou sua casa, fez novas roças, trouxe eletricidade a sua fazenda, aprendeu a ler, deixando até seu vizinho italiano de boca aberta. Com o dinheiro que conseguiu juntar resolveu abrir postos de saúde para ajudar os caboclos da região. Jeca morreu com 89 anos, não apareceu em jornal, nem estátua sua fizeram, mas morreu com dignidade, mostrando que com vontade e educação podemos mudar.
Adorei o conto de Monteiro Lobato que tem um desfecho imprevisível. Quem diria que Jeca iria mudar tanto assim! Mostrou a realidade de alguns caboclos daquela região, sendo que até hoje algumas famílias do interior vivem assim. Um conto muito bom e que recomendo para todos que gostam de Monteiro Lobato e até a quem não gosta, pois é uma história em que você dá muitas risadas e que com certeza vai querer ler de novo.
ANA CLÁUDIA SCIBOR
LOBATO, Monteiro. Jeca Tatu - A ressurreição. In: Obras completas de Monteiro Lobato: Brasiliense, 1951.
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