segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sugestões de Atividades

Colégio Estadual Visconde de Guarapuava – Ensino Fundamental , Médio e Normal
Curso Normal Bilingue Kaingang – Integrado

Técnicas para produção de textos
Organizado pela Prof: Silvia Cavalheiro

01) AS CARTAS NA MESA
O jogo consiste em inventar e ilustrar uma história coletiva que pode ser estimulada por um maço de cartas previamente preparado pelo professor, colocando sobre uns cartões (conforme o número de alunos da turma) figuras e imagens variadas recortadas de jornais e revistas. A leitura das imagens contidas nos cartões é feita de forma criativa, acontecendo apenas por simples associação de ideias ou, seja como for, mediante um jogo de fantasia. O professor sentado no meio do círculo dos alunos, pede a um deles que escolha uma carta ao acaso. Este mesmo aluno deverá interpretá-la verbalmente, iniciando assim a história coletiva.


02) BOLO DE PALAVRAS
O professor distribui um pedaço de papel para cada aluno presente. Em seguida, pede que cada um escreva uma palavra qualquer no papel. Os papéis são recolhidos em uma caixa ou pacote. O professor retira um papel, lê a palavra e dá alguns minutos para que os alunos iniciem a redação e, assim, sucessivamente, até que todos os papéis sejam retirados e todas as palavras encaixadas na história.
Outra possibilidade é fixá-las num mural e deixar que o aluno vá inserindo as palavras no texto, na ordem que melhor lhe convier até que tenha utilizado todas as palavras.

03) MOSAICOS
O professor dividirá os alunos em grupos de 5 elementos, dando a cada membro do grupo um pedaço de cartolina.
O professor colocará um fundo musical sugestivo e deixará que cada aluno desenhe o que desejar, colorindo posteriormente. Terminada a tarefa, cada grupo reunirá os pedaços formando a primitiva cartolina. Esta montagem será feita sobre papel de embrulho ou em cartolina de dimensão maior. Cada aluno ao encaixar sua parte do mosaico explicará verbalmente o seu desenho. Terminada as montagens, cada grupo analisará e criará textos orais e coletivos a respeito dos mosaicos criados.

04) SALADAS DE FÁBULAS
O professor deve sugerir aos alunos que utilizem personagens de duas ou mais fábulas para criar uma nova fábula, ou ainda de dois contos clássicos e criar um terceiro conto.
Ex.: Pinóquio chega por acaso na morada dos Sete Anões, será o oitavo pupilo de Branca de Neve, introduzirá sua energia vital na velha história, recompondo-a segundo o resultante das duas vertentes, a de Pinóquio e a de Branca de Neve. Submetidas a este tratamento, mesmo as imagens mais comuns parecem reviver, ressurgir, oferecendo flores e frutos inéditos.

05) ESTRANHOS PERSONAGENS
Deve-se apelar para os personagens fantásticos que a televisão, o cinema ou as histórias em quadrinhos apresentam e, assim, partir para a criação de “estranhos personagens”. A princípio, pode-se criar um único personagem, no quadro, com auxílio da turma, sempre fazendo questionamentos.
Ex.: O homem de vidro.
Conclusões a que se deve chegar: o vidro é transparente, logo o homem de vidro é transparente. Não precisa falar para comunicar-se: traz os pensamentos visíveis na cabeça. O vidro é frágil. A casa do homem de vidro deve ser toda acolchoada. E assim por diante, até criar uma história para ele.

06) DANDO VIDA AOS OBJETOS
O professor levará para os alunos um pequeno texto em que determinado objeto age e pensa como um ser humano, Sugestão: “A porta”, de Vinícius de Moraes. As ideias do texto devem ser bem exploradas. Em seguida, o professor apresenta aos alunos alguns retângulos de cartolina com desenhos de objetos. Cada objeto deve apresentar um rosto, dando a ideia de vida. Pode-se explorar oralmente o que os objetos gostariam de falar aos homens, Em seguida, os alunos deverão escolher um objeto, colocando-se no lugar do referido objeto criando um texto.

07) JOGO SURREALISTA
Consiste em recortar as manchetes dos jornais e misturá-las entre si para criar notícias de acontecimentos absurdos, sensacionais ou simplesmente divertidos. Este trabalho será feito em pequenos grupos. Os resultados dessas produções podem ter efeitos engraçados, sem consequências ou como ponto de partida para uma narrativa de verdade.

08) QUAL É A HISTÓRIA?
Divide-se a turma em grupos de 3 alunos. Entrega-se a cada grupo um envelope com cartões contendo as perguntas: Quem era? Onde estava? O que fazia? O que disse? O que disseram as pessoas? Como acabou?
Cada integrante do grupo responde a duas perguntas sem mostrar suas respostas aos demais companheiros do grupo. As respostas devem ser lidas em forma de história ou poderão servir como elementos para uma produção textual.

09) PESCARIA
Proposta 1 – (Para alunos que já dominam diálogos, narrações e dissertações). Divide-se a turma em três grupos A, B, C. Coloca-se a pescaria sobre a mesa ou no chão, conforme o tamanho da mesma, chamando um aluno de cada equipe para que possam pescar. Cada peixe terá um número que corresponderá a uma palavra trazida pelo professor. Cada aluno escreverá a sua palavra na parte que lhe for destinada no quadro-de-giz. Terminada a pescaria, o 1º grupo, coletiva ou individualmente, usará as palavras da parte A, acrescendo o que for necessário, para elaborar um texto em forma de diálogo. O 2º grupo fará narração e o 3º grupo dissertação.
Proposta 2 – Divide-se a turma em dois grupos. Entre as palavras preparadas pelo professor pode-se acrescentar brincadeiras tais como: Ex.: Cante uma música, etc... Ao final da pescaria, todos os alunos formularão textos que envolvam todas as palavras pescadas.

10) ACRÓSTICOS
Neste tipo de exercício que parte de uma só palavra, nasce de estranhas aproximações, quando nos complexos movimentos das imagens e em suas caprichosas interferências, aparecem parentescos imprevisíveis entre palavras de significados diversos. O professor escolhe um substantivo e, no quadro-de-giz no sentido vertical, escreve a palavra. Depois, o professor deve decompô-la em suas letras e descobrir as palavras que estas letras podem originar. Coloca-se ao lado de cada letra a primeira palavra que vem à cabeça.
P – pequenos
E - elefantes
D - dormiam
R - roncando
A - alto
Os primeiros exercícios são feitos no quadro como exemplo, depois os alunos podem fazê-lo no caderno. Mas, nas primeiras vezes, não se deve esperar resultados necessariamente interessantes, o importante é treinar. Terminados os acrósticos, procurar-se-á montar textos com a ideia de um acróstico ou de vários.

11) HIPÓTESES
O professor distribui envelopes contendo hipóteses aos alunos. Cada aluno abrirá seu envelope e escreverá um texto completando sua hipótese. Ao terminar cada aluno deverá ler seu texto ao restante da turma.
Exemplo de hipóteses: O que aconteceria se derretesse todo o Pólo Norte? Se você encontrasse o King-Kong? Se você encontrasse uma mala cheia de dinheiro? Se soubesse que vai morrer amanhã? Se pudesse fazer três pedidos a um gênio? Se descobrisse que você foi trocado na maternidade? Se você fosse o único ganhador da Mega Sena? Etc
Obs.: As hipótese podem ser repetidas nos envelopes e servirá para analisar as diferentes interpretações de uma mesma frase.

12) BINÔMIO FANTÁSTICO
O professor traz dois cartões para a sala de aula. No primeiro cartão ele escreve um substantivo sem que os alunos saibam. Através de sorteio, chama um aluno para que no outro cartão também escreva um substantivo secretamente. Cria-se um clima de suspense e depois mostra à turma os dois cartões. Caso as palavras sejam iguais, o processo deve ser repetido. O professor escreve as duas palavras no quadro.
Ex.: cão, armário
Para trabalhar com as palavras “cão” e “armário”, criando uma relação entre elas, é necessário ligá-las com as preposições. Pode-se também usar artigo.
• O cão com o armário - O cão sobre o armário
• O cão do armário - O cão no armário
• O armário do cão
Todas estas imagens oferecem o esquema de uma situação fantástica que poderá gerar histórias orais ou escritas, coletivas ou individuais.

13) EXPLORANDO UM VERSO
O professor escolhe um verso qualquer
Ex.: Consumi sete pares de sapatos.
Tentemos reescrevê-lo, por assim dizer, de olhos fechados, errando pra valer, invertendo as sílabas sem respeito, como se fossem um amontoado de sons em busca de uma nova forma e obteremos, por exemplo:
Sumi com sete pares de sapatos.
Sumi com sete pares de patos.
Depois de uns dez minutos, tratando cada verso como uma maneira de encontrar novos objetos poético, podemos chegar a um resultado desse tipo:
Consumi sete pares de sapatos.
Sumi com sete pares de sapatos.
Sumi com sete pares de patos.
Comi sete sapos.
A utilidade desta técnica é organizar a imaginação no sentido de descarrilhar novos significados, perceber os reflexos, mesmo os menores, que até a palavra mais banal pode lançar em todas as direções. E aqui e ali, evocado pelo acaso, pode surgir um personagem, uma situação interessante ou uma engraçada paródia do texto original, que deve ser mostrado, na íntegra, para os alunos no final do trabalho.

14) MUDANDO AS HISTÓRIAS
O professor seleciona os contos mais conhecidos para trabalhar com os alunos. A princípio, o professor apresenta aos alunos um conto alterando alguns dados.
Ex.: Era uma vez uma menina que se chamava Chapeuzinho Vermelho … Certo dia ela foi à casa da tia Rosa levar-lhes uns docinhos...
A técnica ajudará o aluno a livrar-se de certas fixações, pois desvincula o lobo, ridiculariza a bruxa, estabelece um vínculo mais puro entre o mundo imaginário e o mundo de verdade. O aluno terá oportunidade de reescrever fazendo as mudanças que ele quiser usando a sua criatividade para criar sobre o que já existe.

15) SÉRIE DE PALAVRAS
Algumas palavras são dadas aos alunos para que com elas inventem uma história. Por exemplo, cinco palavras em série sugerem a história de Chapeuzinho Vermelho: menina, flores, lobo, avó, bosque. A sexta palavra rompe a série: por exemplo, “helicóptero”. O objetivo da técnica é fazer com que o aluno, de forma criativa, absorva a estranha palavra no contexto. Pode-se acrescentar mais de uma palavra que fuja ao contexto.

16) O QUE ACONTECE DEPOIS?
Mesmo nas histórias há sempre a possibilidade de um “depois”. Os personagens estão prontos para agir, conhecemos seu comportamento, sabemos quais as relações entre eles. A simples introdução de um elemento novo movimenta o mecanismo inteiro.
Ex.: Cinderela, mesmo depois de ter casado com o príncipe, permanece fiel aos seus hábitos de dona-de-casa, sempre de avental, desleixada, despenteada. Em poucas semanas o príncipe enjoa de sua mulher e procura as divertidas irmãs de Cinderela e pede a elas que ajudem sua esposa a se transformar em uma princesa de verdade.

17) ORAÇÃO DOS ANIMAIS
O professor pode levar para os alunos alguma oração conhecida, por exemplo; “Oração de São Francisco”, explorar as ideias e sugerir que assim como os homens têm tantas coisas a pedir a Deus, os animais também têm coisas a pedir e a agradecer ao Criador. Pode-se levar orações de animais, como exemplo, para que façam a leitura.
Ex.: ORAÇÃO DO GATO
Senhor,
Eu sou o gato
não precisamente
Que eu tenha alguma coisa a Vos pedir.
Não.
Não peço nada a ninguém.
Mas, se por acaso, Senhor, tivésseis
Um ratinho branco
Ou um pires de leite...
Sei de alguém que precisa dessas coisas...
Amaldiçoareis um dia a raça canina?
Ah, nesse caso eu diria: Amém.
ORAÇÃO DO RATO
Sou tão cinzento,
Meu Deus,
Lembrai-vos de mim,
Sempre vigiado,
Sempre caçado,
Vou roendo mediocremente a vida.
Nunca ninguém me deu nada.
Por que me acusam de ser rato?
Não fostes Vós meu criador?
Só peço uma coisa: ficar escondidinho.
Dai-me apenas com que matar a fome
Longe das garras
Daquele demônio de olhos verdes
Amém.

18) DÊ CONTINUIDADE NO TEXTO:
Cascudinho, o peixinho, morava em um rio de águas claras e tranquilas.
Um dia, sentindo-se cansado daquela vida que ele achava sem graça, saiu a procura de aventuras.
Cascudinho nadou, nadou, até que:............................................................................. .................................................................................................................................…...................................................................................................................................…...................................................................................................................................

19) SOLUÇÃO CRIADORA DE UM PROBLEMA
1- Esclarecer que se trata de uma solução criadora de um problema, para o qual deve ser procurado um consenso. Todos deverão prestar atenção acerca do processo da discussão, pois no final será analisando pelo grupo.
2 – A seguir expõe-se o problema a ser solucionado pelos grupos, durante dez minutos;”Anos atrás um mercador teve o azar de ficar devendo uma grande soma de dinheiro a outra pessoa, que lhe fez um empréstimo. Este encantou-se pela jovem e linda filha do mercador. Propôs-lhe então um acordo. Disse que cancelaria a dívida do mercador, se pudesse desposar-lhe a filha,. tanto o mercador quanto a sua filha ficaram apavorados. Aí a pessoa que havia emprestado o dinheiro propôs que se deixasse a solução do caso à Providência. Para tal, sugeriu colocarem uma pedrinha preta e outra branca dentro de uma bolsa de dinheiro vazia, e a moça deveria então retirar uma das pedrinhas. Se retirasse a pedrinha preta tornar-se-ia sua esposa e a dívida de seu pai seria cancelada. Se retirasse a pedrinha branca, permaneceria com o pai e mesmo assim a dívida seria perdoada.
Mas, recusando-se a retirar a pedra, o pai seria atirado na prisão e ela morreria de fome. O mercador concordou, embora constrangido. Eles estavam num caminho cheio de pedrinhas, no jardim do mercador. O credor abaixou-se para apanhar as duas pedrinhas e ao fazê-lo apanhou duas pretas e colocou-as na bolsa, que foi visto pela moça. Pediu então à moça que retirasse a pedrinha que indicaria não só a sua sorte, como também a de seu pai.
Cabe então ao grupo encontrar a solução que a moça encontrou para poder continuar em companhia do pai e ter a dívida cancelada. (Solução: "A moça do conto meteu a mão na bolsa e retirou uma pedra. Porém, antes de olhá-la, desajeitada, deixou-a cair no caminho onde ele logo se perdeu no meio das outras".)
3 - Após 10 minutos pede-se aos grupos a solução encontrada e solicita-se que expliquem o processo usado para chegar à conclusão. (Se necessário espera-se mais do que dez minutos).
4 – O professor pode aproveitar esta técnica para avaliar a participação dos alunos, a aceitação das ideias dos outros, nervosismo, insegurança, inibição, etc, durante o debate.

20) OBJETO OCULTO
O professor deverá solicitar, na aula anterior, a alguns alunos que tragam um objeto. Este objeto deverá estar oculto na sala de aula. No início da aula o professor pede para que os alunos que trouxeram o objeto deem pistas para que os outros alunos possam descobrir o que é. Depois de descobertos os objetos, os mesmos deverão ficar expostos em algum lugar visível a todos.
Proposta 1 – Os alunos deverão compor um texto englobando todos os objetos;
Proposta 2 – O aluno poderá escolher um dos objetos e compor um texto a respeito.
Proposta 3 – O professor poderá pedir para que os alunos descrevam os fatos interessantes ou cômicos ocorridos durante a adivinhação.
Proposta 4 – O aluno poderá escolher um ou mais objetos e escrever um poema.

21) CONSTUÇÃO
O professor deve levar tijolos de cartolina com uma palavra escrita em cada lado do tijolo.
Forma grupos com quatro alunos. Os alunos por ordem numérica de um a quatro deverão pegar os tijolos e com eles formar um texto. (Se der tempo poderão pegar mais tijolos ou trocá-los entre si.)
O melhor texto irá para o livro de textos da turma.
Proposta 1 – Os que ocuparem o maior número de tijolos e os que tenham colocado no texto em uma sequencia lógica (escolhido pelo grupo) leriam aos outros grupos e trocariam para correção.

22) TEXTO E REALIDADE
Ler com atenção o texto “Pivete”, de Henry Corrêa de Araújo, depois colher dados e desenvolver a imaginação sobre o mundo dos garotos que vivem na rua (tema do texto “Pivete”), suas aventuras, seus modos de falar e de se tratar uns aos outros.
PIVETE
Henry Corrêa de Araújo
Pivete ia crescendo e ficando moleque.
No morro do Acaba Mundo não tinha água, não tinha luz, não tinha escola. No morro só tinha barracos feitos com tábuas de caixotes e muita pobreza.
Pivete não parava no barraco. Era um menino de rua. Passava o dia jogando bolinha de gude, soltando papagaio, brincando de "bente-altas" e atirando pedras nos telhados dos vizinhos.
Também quebrou as costelas de um gato com um tijolo e fez xixi na bacia de roupas das lavadeiras.
No morro falavam que ele era filho do capeta.
Um dia Zé Malvadeza, um moleque crescido e respeitado, falou para Pivete que estava precisando de dez cruzeiros para ver um jogo no Mineirão.
Zé Malvadeza não pedia, ele mandava:
- Arranja o dinheiro porque senão vou bater em você todos os dias...
Pivete foi comprar açúcar para dona Maria Lavadeira na venda do seu Ambrósio e viu uma nota de dez cruzeiros em cima do balcão. Olhou para os lados e mais que depressa apanhou o dinheiro. Saiu correndo sem o açúcar.
Seu Ambrósio tinha visto Pivete roubar o dinheiro. Não falou nada na hora. Mas depois foi contar para o seu Chico.
Seu Chico ficou bravo:
- Meu filho não vai ser ladrão. Chamou Pivete e bateu nele com muita vontade.
Pivete não chorou porque os meninos estavam na porta do barraco, porém jurou que não morava mais no morro.
De noitinha chamou seus melhores amigos: Paulinho, Pica-Pau, Minhoca e Disparada.
Reuniram-se no campinho de futebol.
Pivete falou:
- Eu vou embora para a cidade. Vamos embora juntos? Quem tem coragem?
Paulão, Pica-Pau, Minhoca e Disparada responderam ao mesmo tempo:
- Coragem não falta a ninguém aqui. Amanhã cedo descemos o morro.
Observar como o autor descreve os personagens e fala sobre eles, suas ações,
atitudes, etc.
Baseados no texto, inventar uma história sobre crianças e rua, lembrando de falar nas pessoas que vai colocar na história, seus apelidos, suas maneiras de ser, de agir, de pensam, do que gostam, relacionamento entre elas, suas aventuras, etc.


23) BOLO DE PERSONAGENS
Alunos reunidos em grupos de cinco, Cada aluno criará um personagem (através de desenho ou colagem). Depois cada um exporá seu personagem ao grupo e todos tentarão montar uma história com esses personagens.

24) O ESPAÇO CRIA A HISTÓRIA
Poderá ser programado um passeio com os alunos a uma repartição pública, a uma instituição, a um bosque ou parque.
Na volta os alunos poderão criar uma situação envolvendo o lugar visitado e transcrevê-la em forma de texto (história, relatório, descrição)

25) DESCRIÇÃO
1. O professor começa por explicar a máxima importância que todos temos em aprender a ver. No dia-a-dia acontece que muitas vezes olhamos e não vemos.
2. A seguir convida os alunos a perambularem pela sala procurando ver com atenção, descobrindo coisas novas.
3. Decorridos cinco minutos, o professor coloca um relógio de pulso (ou outro objeto) sobre a mesa com o mostrador virado para cima e pede aos alunos que olhem com atenção esse relógio.
4. Uma vez visto o relógio, o professor formulará as perguntas:
- De que marca é o relógio?
- Como é o mostrador: em algarismos arábico ou romanos?
- Outras características.
5. Uma vez colhidas as respostas, verificar-se-á que muitos só olharam o relógio sem o terem visto realmente.

26) ESCLARECIMENTO DE VALORES
1. Distribuir uma folha com frases para cada aluno, para que possam escolher uma dentre as que acharem mais importante.
2. Feita a escolha, formam-se subgrupos, juntando-se os membros de acordo com a escolha feita. Aqueles que escolheram, por exemplo a primeira frase como sendo mais importante irão discutir as razões desta importância. Assim, formam-se subgrupos semelhantes, para cada combinação de frase.
3. Depois da discussão, os subgrupos farão uma síntese do que foi falado.
4. Forma-se o plenário para expor a todos os participantes da escolha de tal ou qual frase.
Tipos de frases:
• Ser generoso com as demais pessoas;
• Ser seu próprio chefe;
• Ter amigos compreensivos;
• Sair de mim mesmo para ajudar os demais;
• Antes de passar pelos lábios, a mensagem deve passar pelo coração para aquecer;
• Todos são iguais perante Deus;
• Ninguém é uma ilha, ninguém vive sozinho;
• Querer é poder;
• A vida é um eterno recomeçar;
• Etc...

27) MÍMICA
(Perguntar aos alunos o que é mímica e pedir algumas sugestões de mímica).
Escolhe-se através de sorteio um pequeno grupo de alunos e pede para que criem uma situação que possa ser dramatizada através da mímica, para que os demais alunos observem e depois criem o seu texto no que viram e compreenderam. O texto deverá ser escrito individualmente e sem troca de opinião para que possam comparar o que cada um entendeu e interpretou.

28) PERSONAGEM DA HISTÓRIA
O professor conta aos alunos uma história conhecida por todos e ao término pede para que os alunos reescrevam a história incluindo como personagens a família, a sua realidade e até ele próprio.
Ex.: Chapeuzinho Vermelho foi pela avenida, levando um pacote de mercado...

29) PEÇA TEATRAL
O professor leva como incentivação, uma parte de uma peça teatral para que o grupo voluntário represente improvisando.
Logo após o professor pede para que os alunos, em grupos, criem uma nova peça a ser dramatizada.

30) MONTAGEM COM REVISTAS
O professor pede para que os alunos tragam para a próxima aula revistas velhas. Os alunos recortarão e montarão cenas, tais como: um parque, uma escola, uma família, etc. É importante ressaltar que as cenas serão montadas com vários recortes das revistas. Este trabalho será realizado em grupos de três a cinco alunos. Os trabalhos deverão ficar expostos, na sala, em lugar visível.
Proposta 1 – Os alunos poderão escolher uma das montagens para compor um texto.
Proposta 2 – A turma poderá optar por uma única montagem para posterior elaboração de texto.
Proposta 3 – Cada grupo escreverá a respeito de sua montagem.

31) DISCUSSÃO
1. Pense e escreva, em seu caderno, dez títulos que, em sua opinião, poderiam ser bons temas para dissertação;
2. Consulte os colegas e faça uma lista dos títulos sugeridos que mais se evidenciaram na opinião da turma;
3. Junte-se aos colegas e escolhem o título mais polêmico da lista. Depois, dividam-se em dois grupos e façam um debate: o grupo A expõe as razões a favor do assunto em questão e o grupo B as razões contrárias;
4. Terminando o debate, organize com seu grupo um resumo dos argumentos apresentados;
5. Para encerrar as atividades, faça uma dissertação pessoal sobre o tema debatido;
Obs.: Com relação ao número 1, não há necessidade de mencionar a palavra dissertação.

32) ENTREVISTA
1. Formação de grupos para a realização de pesquisa sobre moda, beleza. Televisão, música, teatro, cinema, culinário, decoração, horóscopo, esporte e outros temas relacionados;
2. Distribuídos os temas, dá-se um tempo para a equipe elaborar sua pesquisa;
3. Terminadas as pesquisas, apresentá-las ao professor para leitura em sala e posterior correção;
4. Feita a correção, os trabalhos serão desenvolvidos nos grupos para ilustração e posterior exposição em mural previamente preparado, como um grande jornal.

33) MÁSCARAS
1. Levar um texto para sala de aula, polêmico de preferência. Pode ser uma poesia, fábula, conto, etc.
2. Leitura do texto, debate e questionamento;
3. Análise dos personagens do texto, Dividir a turma em grupo, cada grupo deverá ter a quantidade de elementos equivalente aos personagens do texto;
4. Cada aluno desenha a máscara do personagem que irá representar;
5. A seguir, cada grupo apresenta a dramatização da história, dando a sua versão às atitudes dos personagens;
6. Cada grupo escreve a história dramatizada.

34) O PRÓPRIO NOME: Ou uma só palavra
Criar e interpretar através do seu próprio nome, é um tema significativo, porque faz parte do cotidiano do aluno. É possível criar e recriar através de seus conhecimentos prévios. É diferente do acróstico, que é sempre limitado, formal, inibe.
O nome ligado a observações agradáveis, de forma livre, espontânea. É aberto, sem expectativa de preencher cada letra.
M A R I A (religiosidade)
Como sou M A
M A R (características)
A R (transparência. Essencial em minha vida. Afetividade)
R I A (o que me faz rir. Irônico)
R Ã (bicho que gosta. Meus medos. Gosto dela. Natureza. Ecologia)
I A (rumo definido ou não. Insegurança)
M I A (é um gato. O que o gato me diz)
É uma interpretação pessoal, assim como qualquer texto ou poesia. É uma interpretação que deve ser universalizada, compreendida.
Pode-se trabalhar, também, como uma gravura que dará margem à exploração de conceitos relativos.

35) ATIVIDADE DO SILÊNCIO
Desenvolver a observação, as impressões. Aguçar a sensibilidade de perceber algo. Pode ser feita de duas maneiras:
Sentadas frente a frente, dois a dois, um escreve como observador e o outro relata como observado.
Ou
Travar entre si um diálogo imaginário, uma conversa.
Nada pode ser falado, nem gestos. Tudo é certo, nada está errado. Assim deve se processar a escrita neste momento. Não há preocupação em apagar ou corrigir.
Estipular um tempo. Apresentar. Confrontar.

36) JOGO DE MÉDICO
Ou qualquer outra profissão que se queira trabalhar.
Tem um duplo significado:
a) Dramatizar comicamente a figura sempre sisuda, sempre temida do médico.
b) Competitiva, buscar expressões surpreendentes e inesperadas. Aqui reside o principal objetivo dessa atividade. Buscar o inédito, o novo, o inesperado.
Olá! O que você tem?
Ponha a língua para fora..
Ponha a língua pra dentro (isto é feio)
Eis aí uma nova classe de palavras na qual se revelam os valores que o aluno passa a incorporar, absorver, com a convivência, com o desenvolvimento do ato educativo.
A roupa branca do médico. A cor é um indicação de valor. Trabalhar esses conceitos e, principalmente, os preconceitos. Meninos não usam vermelho nem rosa. Não brincam de boneca. Mas podem ser o pai, o médico.
É uma atividade para diagnosticar valores, conceitos e preconceitos. É uma oportunidade para re-elaborar.

37) COLAGEM
Recortar palavras nas revistas que podem vir a compor uma história, poesia, recado, bilhete …
Misturam-se todas as palavras aleatoriamente e começamos também aleatoriamente a colar. Temos uma história.
Refazemos a história a partir dos absurdos.
Quando tenho em mente que tipo de texto quero produzir, um determinado conteúdo que quero explorar, através da colagem aleatória posso ter outra interpretação.

38) CONSTRUÇÃO DE UM LIMERICK
É um gênero organizado e codificado de origem inglesa onde podemos trabalhar:
No 1º verso: o protagonista
No 2º verso: a sua qualidade
No 3º e 4º verso: o predicado
No 5º verso: o final. Conclusão.
Havia um velho no pântano
de natureza fútil e rude
sentado em sua pinguela
cantava modinhas para uma rã
aquele didático velho do pântano

39) CONSTUINDO ADIVINHAÇÕES
“Desce catando e sobe chorando” (balde)
O que é o que é
1ª operação: estranhamento. Descrever o objeto como se víssemos pela primeira vez.
É a etapa essencial. Na verdade o estranhamento é o que torna possível associação menos banais e favorece o encontro das mais surpreendentes metáforas.
(uma caneta) é um bastão de plástico.
2ª operação: associação e comparação
A folha de papel branco pode transformar-se em um muro, ou em campo de neve.
Por analogia, aquilo que sobre uma folha é um sinal negro e sobre um campo branco pode transformar-se em uma estrada negra.
“É alguma coisa que traça uma estrada negra sobre um campo branco.”
3ª operação: indispensável. Consiste em dar uma forma atraente para uma definição misteriosa.
Nem sempre é possível um verso curto, devemos tentar.
O que é o que é que … sobre um campo bem branquinho traça um negro caminho?
Esses exercícios de adivinhações são iguais à brincadeira de esconde-esconde, que entretanto têm um conteúdo fundamental.
Experimenta-se o medo. Revivendo o medo de estar perdido ou de perder-se. Ser encontrado, é como voltar ao mundo, ou reconquistar seus direitos, renascer. Antes eu não estava aqui, agora estou, igual a descoberta, de construir, uma adivinhação, as funções cerebrais fazem uma sinopse de informações.
Estes desafios fortalecem o sentido de segurança no aluno, sua capacidade de crescer, seu prazer de existir e conhecer.

40) JOGO DE CARTAS
Visando não intimidar pela presença de outro a sua frente, inibindo dessa forma o ato livre de desenvolver, podemos criar cartas com figuras de revistas.
Cartas diversas criadas pelos próprios alunos, que são aleatoriamente distribuídas para os alunos.
Dois a dois, o aluno faz a narração de acordo com as cartas a sua disposição.
Pode ser utilizado para testar conceitos e preconceitos.
Para perceber coerência da escrita com a forma de pensar sobre determinado assunto.

41) CRIANÇA COMO PROTAGONISTA
- Era uma vez um menino que se chamava Marcos.
- Como eu?
- Como você.
- Era eu.
- Sim, era você.
- O que eu fazia?
- Vou contar agora.
O objetivo é levar o aluno a descrever situações agradáveis e dar a essas situações finais felizes e compensadoras.
É quase um pecado adotar ou carregar a história com as imperfeições dos alunos com suas maldades.
O nome do aluno age como um reforço do interesse e da atenção, porque se constitui num reforço do mecanismo de identificação.

42) BILHETE
Contém os seguintes elementos:
1. Nome do destinatário;
2. Assunto;
3. Despedida
4. Assinatura do remetente, data.
Aula de bilhete:
Todos se comunicam somente através do bilhete. Para tudo.
Verificar quem mais recebeu. Qual o assunto em evidencia.
Do bilhete a iniciar uma história é uma vírgula só.
Descrever esse processo de aula do bilhete já é em si o início de uma história.



43) DIÁLOGO ENTRE ANIMAIS
Formam-se duplas. Cada dupla recebe uma tira de papel com a sugestão de um diálogo entre dois animais. Quanto mais criativos forem estas situações, maiores serão as possibilidades de criação.
Ex.: Diálogo entre uma vaca traída pelo marido e uma coruja …
Diálogo entre um corvo mal-humorado e uma lesma com mania de grandeza...
Os diálogos poderão ser dramatizadas. Os alunos podem confeccionar máscaras, fantoches, cartazes, etc... dos personagens que serão apresentados por ela.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Como desenvolver o potencial criador: Eunice Soriano de Alencar. Ed. Vozes
2. Oficina de Escrita: Mabel Condemarin e Mariana Chadwick. Ed. Psy II
3. Oficina da Palavra: Rosa Riche e Luciane Hada. FAE-INL
4. Gramática da Fantasia: Giovanni Rodari. Summus Editorial
5. Metodologia do Ensino da Redação: Hermínio C. Sargentim. IBEP
6. A Roda e o Registro: Cecília Warschauer. Paz Terra
7. Como Estimular a Expressão oral na aula: Margarida Recasens. Ed. Plantano

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