sábado, 23 de abril de 2011

PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS

PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS


METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS

HISTÓRICO
A organização do ensino de Ciências tem sofrido nos últimos anos inúmeras propostas de transformação. Em geral, as mudanças apresentadas têm o objetivo de melhorar as condições da formação do espírito científico dos alunos em vista das circunstâncias histórico-culturais da sociedade. As alterações tentam situar a ciência e o seu ensino no tempo e no espaço, enfatizando em cada momento um aspecto considerado mais relevante na forma de o homem entender e agir cientificamente no mundo por meio de um conhecimento que, de modo geral, está além do senso comum.
Até os anos 60, por exemplo, o ensino de Ciências passou por uma longa fase em que a ciência era apresentada como neutra e o importante eram os aspectos lógicos da aprendizagem e a qualidade dos cursos era definida pela quantidade de conteúdos conceituais transmitidos. Nos anos seguintes valorizou-se a participação do aluno no processo de aprendizagem do método científico através de atividades práticas de laboratório. Na década de 70, a crise econômica mundial e os problemas relacionados com o desenvolvimento tecnológico fizeram surgir no ensino de Ciências um movimento pedagógico que ficou conhecido como “ciência, tecnologia e sociedade” (CTS). Essa tendência no ensino é importante até os dias de hoje, pois leva em conta a estreita relação da ciência com a tecnologia e a sociedade, aspectos que não podem ser excluídos de um ensino que visa formar cidadãos. Nos anos 80 a atenção passou a ser dada ao processo de construção do conhecimento científico pelo aluno. Inúmeras pesquisas foram realizadas nesse campo e o modelo de aprendizagem por mudanças conceituais, núcleo de diferentes correntes construtivistas, é hoje bem aceito pela maioria dos pesquisadores.
Na atualidade, penso que a preocupação dos que investigam novos caminhos para o ensino de Ciências não está na simples superação da mera descrição de teorias e experiências científicas, nem na visão de que o conhecimento é algo que se constrói. Este último é um ponto relevante e fonte de importantes trabalhos acadêmicos, porém, tem apresentado visível desgaste como campo de pesquisa. As atenções da educação estão hoje basicamente voltadas para a idéia de cidadania e para a formação de professores com novos perfis profissionais, mestres em condições de trabalhar com uma visão interdisciplinar da ciência, própria das múltiplas formas de se conhecer e intervir na sociedade hoje.
Neste sentido, as propostas mais adequadas para um ensino de Ciências coerente com tal direcionamento devem favorecer uma aprendizagem comprometida com as dimensões sociais, políticas e econômicas que permeiam as relações entre ciência, tecnologia e sociedade. Trata-se, assim, de orientar o ensino de Ciências para uma reflexão mais crítica acerca dos processos de produção do conhecimento científico-tecnológico e de suas implicações na sociedade e na qualidade de vida de cada cidadão. É preciso preparar os cidadãos para que sejam capazes de participar, de alguma maneira, das decisões que se tomam nesse campo, já que, em geral, são disposições que, mais cedo ou mais tarde, terminam por afetar a vida de todos.

CONTEÚDOS
O ensino de ciências e a construção de uma cultura científica que possibilite ao cidadão comparar diferentes explicações sobre o mundo;
A energia para a vida e a inserção do homem no contexto do universo;
Aprendizagem integrada de ciências como possibilidade para a compreensão das relações ciências, sociedade, tecnologia e cidadania;
A construção dos conceitos científicos;
O papel dos professores, das famílias e das comunidades na aprendizagem formal e informal de ciências.

METODOLOGIA
A metodologia adotada é dinâmica, a fim de desenvolver a interação entre o aluno/docente/conteúdo. Para tanto, todos serão envolvidos em seminários, discussões e pesquisas individuais e em grupo sobre os temas propostos, partindo sempre do saber que trazem da própria experiência.
O decente procederá à exposição dialogada, em momentos específicos, para esclarecimentos de aspectos conceituais e fechamento dos temas em estudo, também seminário, analise de textos, leituras e reflexões sistemáticas de obras, pesquisas bibliográficas.


AVALIAÇÃO
A avaliação dar-se-á de modo constante no decorrer do ano letivo, em função dos objetivos, sendo considerados os seguintes aspectos: freqüência, participação, pontualidade, assiduidade e participação das atividades, realização de leituras, criatividade nas apresentações Individuais e em grupo, iniciativas de discussões e trabalhos escritos, avaliando-se a pontualidade na entrega dos trabalhos. Todas as atividades realizadas em classe estarão sendo consideradas na avaliação do semestre, bem como a utilização de provas escritas.
Será levado em consideração o envolvimento dos alunos em todas as atividades propostas, senso crítico na organização e expressão de idéias, a coerência na articulação dos conhecimentos, a compreensão, a segurança, o domínio e objetividade demonstrados no tratamento dos conteúdos e a qualidade formal do texto.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília; MEC/ SEF, 1997.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação fundamental. Brasília; MEC/SEF, 1997.
AGENDA 21 – Plano de Ação Global para o Meio Ambiente, UNCED – Rio, 1992.
ASTOLFI, J.P. A Didática das Ciências. Campinas: Papirus, 1990.
DELIZOICOV, D. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1990.

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