sábado, 23 de abril de 2011

Proposta Pedagógica e Curricular de Física - Formação de Docentes

Colégio Estadual Barão do Cerro Azul
Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional

Proposta Pedagógica e Curricular de Física - Formação de Docentes

PROPOSTA CURRICULAR DE FÍSICA

Apresentação

A palavra Física origina-se do grego e significa Natureza, desta forma, a disciplina de Física tem como base o estudo e a descrição dos fenômenos naturais, os componentes da matéria e suas interações mutuas.
Os conhecimentos que temos hoje sobre o mundo física resultaram de um longo processo histórico de experiências, descobertas acertos e erros. NA luta pela sobrevivência, o homem foi aprendendo a conhecer e desvendando seus segredos.
No passado, nossas únicas fontes de informações eram os sentidos e, por essa razão, os fenômenos observados foram classificados de acordo com a maneira que eram percebidos. A luz foi relacionada com a visão e desenrolou a ciência associada a ela, denominada Óptica. O som foi relacionado com a audição e a Acústica se desenvolveu como uma ciência específica. O Calor esteve relacionado com outra classe de sensação física e por muitos anos, o estudo do calor (termodinâmica) foi outra parte da Física. O Movimento, evidentemente, denominada Mecânica, se desenvolveu mais intensamente do que qualquer outro ramo da Física. Os movimentos dos planetas causados por suas interações gravitacionais, assim como a queda livre dos corpos, foram satisfatoriamente explicado pelas leis da mecânica. O eletromagnetismo, não esteve relacionado diretamente com nenhuma experiência sensorial – apesar de ser responsável pela maioria delas.
Durante os anos a Física esteve dividida em poucas ciências ou ramos ( chamadas clássicas): mecânica, calor, som, óptica e eletromagnetismo, com muita pouca ou nenhuma conexão entre elas. Nos últimos cem anos, um novo ramo, denominado Física Moderna se desenvolveu e estabeleceu relações com os conhecimentos clássicos.
O trabalho de construção de conceitos Físicos valoriza as concepções espontâneas dos alunos, partindo para elaboração de saberes mais sistematizados. A introdução de aspectos históricos do desenvolvimento científico contribui para a ampliação da capacidade analítica do aluno, proporcionando uma visão mais detalhada.
PROPOSTA CURRICULAR E O COLÉGIO ESTADUAL BARÃO DO CERRO AZUL

O ensino de Física deve permitir que os alunos tenham acesso a conceitos, leis. Modelos e teorias que expliquem satisfatoriamente o mundo em que vivem, permitindo entender questões elementares. A história da ciência executa uma função peculiar nesse sentido.
A grande contribuição é a desmistificação de que a ciência é um “pacote fechado” e que o conhecimento sempre teve as mesmas características. Essa afirmação pode não pertencer a realidade de um cientista ou um professor, mas um aluno que nunca teve contato com alguma citação histórica certamente vê a ciência em um patamar superior, distante de alguma contribuição e que “explica tudo”.
É importante para o aluno conhecer como o saber científico evoluiu (e evolui), não apenas para identificar a evolução pela insatisfação, mas também para a inserir em um meio social. Como exemplo disso, podemos retomar à busca pela compreensão do universo, à busca por explicações físicas para fenômenos.
A compreensão da teoria copernicana constitui de um dos alicerces para a visão de mundo moderno que contemple o lugar do ser humano no espaço, assim como a produção do conhecimento científico. A dificuldade na superação ds concepções da época, as questões religiosas, a contradição com o sistema de Ptolomeu (que era compatível com a doutrina Aristotélica de uma Terra central e imóvel) descrevem a importância que deve-se atribuir à obra de Copérnico.
A utilização de fenômenos do cotidiano como elemento problematizador no ensino de Física pode iniciar uma discussão com base em formulações históricas que apresentará ao aluno a evolução dos conceitos científicos, desenvolvendo o senso em busca de explicações plausíveis.
Desde o inicio dos tempos, o motivo do movimento dos corpos foram objeto de especulações científicas e filosóficas. A queda dos corpos, movimentos de projéteis, o movimento no vácuo e suas conseqüências inércias foram temas para os quais divergiram as discussões de muitos filósofos, desde Aristóteles até Galileu.
Mesmo nos dias atuais, muitos alunos tem concepções falsas de conceitos sobre movimentos dos corpos. Como exemplo podemos citar a idéia da “força impressa” às explicações causais introduzida pelo astrônomo Hiparco no século II antes de Cristo. A idéia de que um objeto se movimenta devido a força “transmitida” a ele e continua durante o movimento, é notável até em alguns estudantes do curso superior de Física. Citações do dia-a-dia como: “...a bola foi lançada, se movimentando até perder força e cair...” escondem as explicações físicas e transmitem uma falsa relação entre força e velocidade de movimento. Este episódio em uma sala de aula, se transforma em um elemento motivador para o resgate histórico e o estudo dos movimentos.
A explicação do por que os corpos caem, tal como hoje é aceita pela ciência, vem com Isaac Newton. Mas as ausências de conteúdo no ensino de Física transmitem a idéia de que estas formulações são obras causais que “aparecem” espontaneamente e acabam até distanciando o cientista da posição de “ser humano”. Ao contrário do que parece, Newton também não foi exceção à regra do senso comum, pois acreditava que os corpos em movimento eram mantidos por forças inerentes a eles.
Para um estudante, o conhecimento da história da ciência pode proporcionar certa inspiração diante dos seus trabalhos. Como exemplo, lembramos a criatividade e o espírito de precisão de Tycho Brahe na intensão de coletar dados confiáveis para elaborar tabelas planetárias precisas, o que posteriormente teve imensa contribuição para o trabalho de Kepler. Outro exemplo são as contribuições lançadas por Galileu no estudo dos movimentos, entre elas, a análise da velocidade de queda de um objeto que nos apresenta forma de interligar as idéias físicas com o formalismo matemático. Galileu pressuponha que a velocidade de queda aumentava proporcionalmente à distância percorrida por este objeto, mas posteriormente, ele verifica que a mesma velocidade, na realidade, seria proporcional ao tempo de movimento.
Não seria difícil analisarmos porque Galileu chegou a essa conclusão, se tomarmos um objeto em movimento num plano inclinado, podemos verificar que ele pode atingir velocidades diferentes percorrendo sempre uma mesma distancia, basta, para isso, alterarmos o ângulo de inclinação da superfície. Esta (agora) simples analise nos mostra a superação de conceitos Físicos estabelecidos evidenciando o que, supostamente, é dito como verdade. Este fato pode ser fortemente observado nas “grandes revoluções” conceituais sofridas nas elaborações dos modelos planetários desde Platão até Kepler.

OBJETIVOS GERAIS

Proporcionar conhecimentos básicos sobre tópicos apontados na ementa da disciplina situando e dimensionando a interação do se humano com a natureza em transformação. Contribuir para a formação de uma cultura científica específica efetiva que permita ao aluno uma melhor compreensão do mundo interpretando os fatos, fenômenos e processos naturais.
Objetivos Específicos
• Desenvolver a capacidade de investigação Física. Classificar, organizar, sistematizar e estimar ordens de grandeza.
• Compreender a Física presente no mundo, nos equipamentos e procedimentos tecnológicos. Descobrir como funcionam os aparelhos.
• Compreender enunciados que envolvam códigos e símbolos Físicos, manuais de instalações e utilização de aparelhos bem como a identificação das unidades de medidas físicas presentes diariamente.
• Expressar-se corretamente utilizando a linguagem física adequada e elementos de sua representação simbólica.
• Conhecer fontes de informações e formas de obter informações relevantes, sabendo informar notícias científicas.
• Reconhecer o papel da Física no sistema produtivo, compreendendo o desenvolvimento dos meios tecnológicos e sua relação dinâmica com a evolução do conhecimento Científico.
• Aplicar as tecnologias associadas às Ciências Naturais na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para a sua vida.

CONTEÚDOS

3ª Série
• Introdução à Física: grandezas e unidades;
• Estudo dos Movimentos: Movimento Uniforme, Movimento Uniformemente Variado, Movimento Vertical no Vácuo;
• Cinemática Vetorial: Velocidade e Aceleração vetorial; lançamento horizontal e obliquo no vácuo;
• Termologia: calor e temperatura; medidas de temperatura; dilatação dos sólidos e líquidos; Mudanças de fase; propagação do calor;
• Termodinâmica: estudo dos gases; leis da termodinâmica, entropia e calor;
As leis 10639/03, 11645/08, 9795/99, serão abordados conforme o conteúdo ensinado.

4ª Série
• Óptica Geométrica: reflexão e refração da luz; espelhos planos; espelhos esféricos; lentes esféricas; instrumentos ópticos;
• Eletromagnetismo: processos de eletrização; campo elétrico; corrente elétrica; medidas elétricas; circuitos elétricos; campo magnético; força magnética; leis de Maxwell; ondas eletromagnéticas;
As leis 10639/03, 11645/08, 9795/99, serão abordados conforme o conteúdo ensinado.



METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O ensino de Física será desenvolvido a partir da compreensão histórica da ciência, tendo como base teorias já existentes e concepções espontâneas dos alunos.
Não será usada uma única metodologia, mas um conjunto de procedimentos, visando facilitar a ação do professor no ensino da Física. Trata-se de dar ao ensino da Física novas dimensões, sempre buscando a interdisciplinaridade.
Serão utilizadas aulas expositivas, aulas práticas com demonstrações de experiências, pesquisas, atividades em grupo e uso dos recursos tecnológicos como laboratório de informática e TV Multimídia.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA

A avaliação deve ser diagnóstica e continua, consistindo em ponde de orientação para continuidade do trabalho escolar e estímulo para aprimorar o conhecimento.
Assim, é fundamental que os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação, sejam eles, provas, trabalhos, registros de atividades dos alunos, forneçam ao professor informações sobre as capacidades de cada aluno em resolver problemas, em utilizar a Física para comunicar suas idéias, em desenvolver raciocínios e analises e, em interpretar todos esses aspectos no seu conhecimento sobre Física.
• A avaliação deverá ser diagnóstica e contínua com acompanhamento de seu processo;
• Será feita atividades de testes escritos, individuais ou em grupos, trabalhos em sala de aula ou extra-classe;
• Será investigado o seu desempenho na resolução de situações-problemas;
• Valorização do conhecimento que o aluno já possui;
• Verificação da capacidade do aluno em perceber os acontecimentos diários nos quais ele se encontra inserido;
• A recuperação será concomitante aos conteúdos, retornando sempre que necessário os conteúdos não aprendidos;

BIBLIOGRAFIA
CARVALHO JUNIOR, G.; As Concepções do Ensino de Física e a Construção da Cidadania. Belo Horizonte. 2000.
GASPAR, A. Física Volume 1. 1 ed. São Paulo. Ática, 2003.
GASPAR, A. Física Volume 2. 1 ed. São Paulo. Ática, 2003.
GASPAR, A. Física Volume 3. 1 ed. São Paulo. Ática, 2003.
PARANÁ, BARAO DO CERRO AZUL, Colégio Estadual, Projeto Político Pedagógico, Cruz Machado, 2008.
PARANÁ, Diretrizes Curriculares de Física. Curitiba, 2008.
SAMPAIO, J. L.; CALÇADA, C. Física Volume Único. 2 ed. São Paulo. Saraiva, 2005.
SANTOS, L. T. A. dos. Uma Visão Sobre a Importância da História da Ciência. UFSC, Departamento de Física. Florianópolis 2005.
PEDUZZI, L. As Concepções Espontâneas, A Resolução de Problemas e a História da Filosofia da Ciência em Textos de Física. Florianópolis. 1998.
PEDUZZI, L. Tópicos de Mecânica. Florianópolis, 2001.

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